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VOVÓ INDICA TOMAR REMÉDIO COM...LEITE?

Atualizado: 2 de jul. de 2020

Relatos de administração de medicamentos orais com veículos que não sejam água são cada vez mais comuns. E o que parece inofensivo pode se tornar um grande problema.


Dainis Graveris / Unsplash

Por JACQUELINE BELIZARIO

Estudante de Farmácia - 7º semestre

Universidade Anhembi-Morumbi


Todos sabem que medicamentos sólidos devem ser administrados com água. Mas quem nunca tomou um comprimido com o copo de refrigerante que estava ali do lado? E qual mãe ou avó já não tenha orientado a tomar remédio com leite para não doer o estômago? E será que faz diferença tomar um medicamento antes ou depois de uma refeição?


O fato é que, uma vez que leite, refrigerantes e sucos contem água, existe uma ilusão de que eles podem cumprir o mesmo papel de "veículo" no momento da administração oral. No entanto, alguns medicamentos, assim que chegam chegam no estômago, são capazes de interagir com o conteúdo ali presente, o que inclui qualquer alimento que tenha sido ingerido junto com o medicamento. Isso pode desencadear diversas reações que são estudadas em INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS.


A interação pode ser leve, com perda da eficácia do princípio ativo. Mas em outros casos, pode ser potencialmente grave colocando em risco a vida do paciente. Por exemplo, o antibiótico tetraciclina, quando administrado junto com leite, é capaz de complexos com íons metálicos (sódio, cálcio, etc.), diminuindo o efeito terapêutico do fármaco. Já a varfarina (anticoagulante), quando administrada em paciente com dieta rica em couve e brócolis, perde efeito devido à interação do composto com a vitamina K, abundante nesses vegetais.

 
É fundamental que o paciente conheça, com a ajuda de um farmacêutico, as interações medicamentosas de seu tratamento.
 

Em qualquer situação, é necessário que, após administração, o fármaco consiga se dissolver a partir de sua forma farmacêutica e, liberado no trato gastrointestinal, possa ser absorvido pela interação com as microvilosidades do intestino. A decisão (sempre tomada pelo médico e orientada pelo farmacêutico) de administrar o medicamento antes ou após as refeições, tem como base as propriedades físico-químicas do fármaco, como pKa e coeficiente de partição (logP). O conjunto dessas características determinam a hidro ou lipo solubilidade do ativo, e consequentemente, sua capacidade de ser dissolvida e absorvida no trato gastrotintestinal. Por exemplo, as vitaminas lipossolúveis (A, D, K e E) devem ser administradas após o almoço e jantar, já que nessas refeições a taxa de gordura é maior, e sua absorção será facilitada, enquanto fármacos como a metildopa (antiparkisoniano) têm sua absorção diminuída, justamente por conta de sua elevada hidrossolubilidade.


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E sempre tome medicamento com água.

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