Antidepressivos são importantes aliados contra a doença, mas não aderir corretamente ao tratamento pode até agravar sintomas.
Por BEATRIZ PERONI
Estudante de Farmácia - 4º semestre
Universidade Anhembi-Morumbi
Antidepressivos são todas as formas de tratar um estado depressivo, atuando no controle de neurotransmissores do sistema nervoso central. Popularmente, os remédios psiquiátricos que combatem transtornos como depressão e ansiedade, são chamados de antidepressivos. Porém, outras atividades e terapias também são consideradas antidepressivos.
Apesar do nome, os medicamentos antidepressivos não curam a depressão ou doenças relacionadas, apenas auxiliam em seu tratamento. Cada pessoa reage de uma forma a um mesmo antidepressivo, sendo comum a troca de medicamentos até que o médico encontre o melhor para cada paciente. Atenção: remédios antidepressivos apenas devem ser tomados a partir de prescrição médica e com acompanhamento do farmacêutico, após o diagnóstico do quadro depressivo feito por um psiquiatra. Além disso, o tratamento medicamentoso é somente uma das opções para combater a depressão. A importância de começar e continuar o tratamento Em caso de pausa no tratamento medicamentoso, sem planejamento o caso clínico pode ser agravado e tem uma grande chance de os sintomas reaparecerem em até 12 meses após essa interrupção. Iniciar e continuar o tratamento são muitos das vezes um grande problema para aqueles que possuem depressão e para aqueles que sofrem com outras doenças e necessitam se medicar durante um período mais longo, porque no meio do tratamento essas pessoas desistem e isso se dá por conta da fase de adaptação do corpo com o uso dos novos medicamentos e seus efeitos adversos.
Antes de falar alguns deles é importante saber que os antidepressivos mais modernos, que tem maior eficácia, também apresentam menor tolerância e um maior número de reações adversas. As reações mais comuns são: boca seca, retenção urinária, constipação intestinal, taquicardia, sudorese, visão borrada, tremores, entre outros. Normalmente, esses são efeitos que surgem no início do tratamento e desaparecem com o tempo. É muito importante seguir o tratamento de forma correta, sem a disciplina para coordenar doses, horários e alimentos que atrapalham na absorção pode não haver bons resultados. O tratamento não produz efeitos imediatos (demora de 4 a 6 semanas para começar a fazer efeito), sendo necessário seguir medidas estabelecidas pelo médico para que os sintomas comecem a diminuir.
Um dos efeitos mais comuns da interrupção do tratamento é a síndrome de abstinência.
Caso haja interrupção do medicamento antes do tempo indicado, pode ocorrer uma síndrome de abstinência 24 a 72 horas depois. Ela é “um conjunto de sinais e sintomas de instalação e duração previsíveis, que envolve sintomas psicológicos e orgânicos previamente ausentes à suspensão da droga e que desaparecem depois que ela foi reiniciada”, onde seus sintomas são ansiedade, insônia, tontura, alterações de sensibilidade da pele, tremores, náusea, calafrios, dores musculares, e entre outros. Sem tratamento esses sintomas costumam durar de uma a três semanas, e quanto maior o uso do medicamento maior a chance de sua ocorrência.
Geralmente estão associadas com durações de quatro a seis semanas de tratamento, no entanto podem acontecer com períodos mais curtos. Para acabar com essa síndrome de abstinência é necessário reiniciar o uso do medicamento do qual foi interrompido, os sintomas começam a melhorar nas primeiras 24 horas, evitando a repetição do quadro através da redução da dose até conseguir parar de tomá-la sem sentir tantos efeitos desagradáveis. No geral as diretrizes psiquiátricas recomendam que o processo seja de forma gradual, num período de 2 a 4 semanas até parar, ou seja, se a dose recomendada era de 20mg, o paciente pode tomar 15mg por duas semanas, depois 10 mg e assim por diante.
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