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HEPATITE MEDICAMENTOSA E USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

Atualizado: 7 de jun. de 2021

Automedicação excessiva com analgésicos e antibióticos são fatores de grande risco para o desenvolvimento de doenças graves no fígado.


Por LETICIA VALE ALMEIDA e NATALIA ALVES LUCENA

Estudantes de Farmácia - 3º semestre

MARCELA HENRIQUE e RAFAEL TAVEIRA

Estudantes de Farmácia - 7º semestre

Universidade Anhembi-Morumbi

O fígado é o segundo maior órgão do corpo humano, e desempenha várias funções vitais dentre elas a metabolização de álcool e de fármacos, ao fazer o uso terapêutico irracional dos medicamentos estamos comprometendo a saúde do mesmo, sobrecarregando-o a pontos de causar lesões irreversíveis que nesse caso são chamadas de hepatite medicamentosa.


Consideramos hepatite tóxica como a lesão hepática causada por inalação, ingestão ou administração de agentes farmacológicos ou químicos. Seus sinais e sintomas são parecidos com os vários tipos de hepatites, sendo eles: febre baixa, icterícia (olhos e pele amarelados), coceira, náuseas e alteração das fezes e urina (fezes com coloração esbranquiçadas e urina escura), alguns fatores predisponentes são a idade, o uso excessivo de álcool e alguma doença hepática preexistente.


Como diferenciar a hepatite medicamentosa das demais hepatites já que os sintomas são parecidos? O diagnóstico é bem minucioso e ocorre em várias etapas, primeiramente temos que descartar hipóteses de que seja outro tipo de hepatite (viral ou autoimune por exemplo), e fazer uma avaliação do histórico de medicamentos utilizados pelo paciente, assim solicitar um exame denominado hepatograma, que indicará níveis séricos de algumas substâncias que evidenciam a lesão hepática.


Quais medicamentos podem causar hepatite medicamentosa? Todos, entretanto ressaltando que algumas classes de medicamento são mais tóxicas e com mais casos relacionados ao seu uso indiscriminado, dentre eles destaca-se o paracetamol, um analgésico e antipirético que em 2011 teve 595 casos no Rio Grande do Sul, sendo também a causa mais comum de insuficiência hepática aguda no Reino Unido e nos Estados Unidos. Os antibióticos como a amoxilina-clavulanato e azitromicina, e a associação de medicamentos utilizados no tratamento da tuberculose (Isoniazida + Rifampicina + Pirazinamida) também entram como fator de risco da hepatite em questão.


A Tabela a seguir traz um resumo de outros fármacos que, utilizados incorretamente, podem levar à hepatite medicamentosa.

Colestáticas¹: Doenças que acometem o canal biliar, podendo diminuir ou parar o fluxo de bile.

Hepatocitos²: Células do hepáticas.

Transaminases³: São enzimas catalizadoras, presentes no fígado indicam se há algum problema.

Acetilidrazina⁴: metabólito que é hepatotóxico.

 
Automedicação potencializa chances de hepatite, e em tempos de pandemia os riscos aumentam consideravelmente.
 

Diante da pandemia causada pelo Sars-CoV-2 em 2020 é necessário ressaltar a importância do uso racional de medicamentos. Com esta problemática houve a disseminação de muitas notícias falsas, que influenciou a população a crer que exista um medicamento eficaz para prevenção (como os do “kit covid” – ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina), entretanto segundo a ciência no momento pandêmico não existiam fármacos comprovados para a prevenção do vírus, e a divulgação de quaisquer notícias incitando o uso dos mesmos deve ser tomada como inverdades até que exista comprovação.


Cabe frisar que, segundo o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, cerca de 77% dos brasileiros tem o habito de se automedicar. São números assustadores, mas que nos alertam da importância da disseminação do uso racional de medicamentos, que além de ser um fator preventivo da hepatite medicamentosa também ajuda a reduzir os casos de dependência física e psíquica de fármacos. O profissional farmacêutico tem o papel fundamental nessa batalha em auxiliar a população, orientando sobre a terapêutica correta do tratamento do paciente, sendo um ponto de apoio acessível.

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