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DIFERENÇAS ENTRE DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS

Ambas as formulações são derivadas de revestimento de formas sólidas. Saiba a diferença!


Por LEANDRO GIORGETTI

Docente do Curso de Farmácia

Universidade Anhembi-Morumbi


Comprimidos são as formas farmacêuticas mais abundantes no mercado e possuem vantagem de serem portados pelo próprio indivíduo, que, em qualquer lugar ou situação, pode administrar a medicação a si mesmo sem a necessidade de auxílio de um profissional da saúde. Haja vista a diversidade desses produtos no mercado, não é raro deparar-se com comprimidos das mais diversas cores. Tais cores são originadas do processo de revestimento pelo qual o comprimido é submetido na indústria farmacêutica, dentro do processo de desenvolvimento do produto.


A técnica de revestir formas sólidas remonta da era romana, quando imperadores tinham como luxo comer amêndoas recobertas por várias camadas de mel. Com o passar dos séculos - e dando um salto para a era moderna - essa técnica foi sendo aprimorada pela indústria farmacêutica, que em algumas de suas formulações sólidas passou a aplicar esse tipo de revestimento como processo padrão. Surgem assim, as drágeas, que se caracterizam, em sua grande maioria, por comprimidos revestidos por diversas camadas de xarope (que contém açúcar) misturados, eventualmente, com um corante para que o produto final tenha uma cor específica. Como exemplos mais famosos de drágeas no mercado farmacêutico, temos a Neosaldina, Buscopan e Polaramine, enquanto no setor de alimentos, o maior representante atual é o chocolate M&M's.


O processo de drageamento na indústria farmacêutica é muito lento, pois é necessário tempo para a adequada adesão das camadas de xarope e corante à superfície dos comprimidos, além do polimento final. Além disso, para que o princípio ativo seja protegido de fatores externos (umidade, luz, etc), a quantidade de xarope aplicada é relativamente grande, levando o produto a ter um ganho de peso de 20 a 30% em relação ao seu estado original.

 
O processo de revestimento com polímeros, em comparação com drágeas, é muito mais rápido e vantajoso, e permite inovações.
 

Para contornar essas limitações, a indústria farmacêutica testemunhou o surgimento dos chamados polímeros de revestimento. Esses compostos, em conjunto com uma substância plastificante e um corante, tem a capacidade de formar um filme de espessura muito pequena na superfície do comprimido, à temperatura adequada. O processo, em comparação à fabricação de drágeas, é muito mais rápido, pois, em comprimidos de liberação imediata, é necessário que o comprimido ganhe apenas 3 a 4% de seu peso para que se alcance a proteção necessária para o fármaco. Em outras situações, quando o fármaco é instável em meio ácido e precisa passar pelo estômago, o comprimido é revestido com um polímero insolúvel em HCl (como por exemplo, metacrilato), garantindo assim, a liberação integral do ativo no intestino.


Por fim, a versatilidade encontrada em comprimidos revestidos é muito maior do que em drágeas convencionais. Na última década, por exemplo, foram desenvolvidos polímeros que, uma vez umidificados, adquirem aspecto muito escorregadio. Isso é fundamental para pacientes que tem dificuldade de deglutição, especialmente de formulações com doses elevadas de 500 a 1000 mg.


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