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AS PORCENTAGENS DA CORONAVAC

Índices de eficácia estão relacionadas aos diferentes estágios da síndrome respiratória causada pelo SarsCOV-2.


Por Leandro Giorgetti

Docente do Curso de Farmácia

Universidade Anhembi-Morumbi


A vacinação contra o novo coronavírus, causador da síndrome respiratória aguda que, até o momento, já vitimou mais de 200 mil pessoas no Brasil, está em vigor há duas semanas. De acordo com o calendário da campanha nacional de imunização, aproxima-se o momento da vacinação da população em geral, a começar pelas pessoas mais idosas, após os grupos prioritários - profissionais da saúde, idosos em instituições, indígenas e quilombolas - terem recebido as primeiras doses.


O último post do Blog do CIM trouxe informações sobre a composição da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã (USP - SP) em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Em especial, é importante retomar que o produto contém a forma inativada do vírus SarsCOV-2, que é incapaz de gerar carga viral que cause os sintomas característicos da doença. Após o desenvolvimento da formulação, os desenvolvedores da vacina submeteram-na a ensaios clínicos obrigatórios para avaliação da eficácia e segurança do imunizante em uma população de pacientes.


De maneira resumida, e desde já destacando o resultado mais importante desses ensaios clínicos: 100% dos pacientes que receberam o imunizante não desenvolveram a forma mais grave da doença, caracterizada por extensas lesões pulmonares e respostas inflamatórias agudas em outros órgãos, como os rins. Isso significa que, estatisticamente falando, são praticamente nulas as chances de uma pessoa vacinada ser internada em UTI ou evoluir para óbito. Trata-se de um resultado muito positivo, visto que um dos grandes problemas é justamente a quantidade de internações demoradas, bem como as mortes causadas pela COVID-19.


 
Os resultados indicam que, mesmo que o paciente vacinado desenvolva COVID-19, a chance de morrer ou ser internado é zero.
 

Se a probabilidade de a pessoa desenvolver sintomas graves da doença ou morrer é zero, há uma pequena chance de ela manifestar os chamados "sintomas leves", caracterizada pela perda de paladar, coriza e tosse, por exemplo. No estudo realizado, apenas 22% dos voluntários imunizados desenvolveram a forma mais branda da doença, necessitando apenas de cuidados médicos básicos. Dessa forma, a Coronavac é capaz de reduzir em 78% as chances de desenvolver formas leves da doença.


Por fim, considerando todos os indivíduos estudados (os que receberam vacina e placebo) verificou-se que metade deles desenvolveram a doença respiratória em algum grau. Portanto, através de cálculos estatísticos, infere-se que a Coronavac é capaz de reduzir em 50,38% a chance de um indivíduo imunizado desenvolver qualquer sintoma relacionado ao coronavírus. No entanto, cumpre destacar que, mesmo que a infecção viral se instale, a chance de desenvolver a forma grave ou morrer devido à doença é zero.


É importante lembrar ainda que tais resultados foram obtidos após a administração de duas doses do imunizante do Butantã. É um índice de eficácia aceito pela ANVISA e pela Organização Mundial da Saúde, cujo valor é semelhante a de outras vacinas inativadas, como a que combate a poliomielite, doença erradicada no Brasil graças ao Plano Nacional de Imunização implementado na década de 80.

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