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ANTICONCEPCIONAIS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Eficácia contraceptiva pode diminuir se o anticoncepcional for administrado junto com outras classes de fármacos, como antibióticos e anticonvulsivantes.


Por CAROLINE BICOUV

Graduanda de Farmácia - 8º semestre

Universidade Anhembi-Morumbi


As interações entre medicamentos são comuns e podem resultar em potencialização ou inibição de efeitos terapêuticos. Atualmente, os anticoncepcionais orais possuem baixas concentrações de hormônios para redução dos efeitos adversos, e interações com certos medicamentos podem levar a perda de sua eficácia. Sendo assim, é importante ficar atento às interações relacionadas a esta classe.



No geral, as interações dos anticoncepcionais orais são do tipo farmacocinética e estão relacionadas principalmente à fase de metabolismo, pois tanto a pílula só com progesterona quando combinada são metabolizadas pelas enzimas hepáticas do citocromo P450. As principais interações medicamentosas que resultam na diminuição da eficácia contraceptiva ocorrem a partir da administração concomitante com fármacos indutores enzimáticos como os antibióticos rifampicina e rifabutina, os anticonvulsivantes carbamazepina e fenitoína, e fitoterápicos como a erva de são João, que aceleram a eliminação do anticoncepcional, diminuindo sua concentração plasmática. Derivados do ácido retinóico, como a isotretinoína (Roacutan®), também são capazes de reduzir a eficácia da pílula anticoncepcional e, devido ao risco teratogênico deste medicamento, o uso de outros métodos contraceptivos é recomendado.

 
As interações também podem resultar em aumento da concentração de outros fármacos, bem como dificuldade de eliminação.
 

Além disso, a progesterona, presente nos dois tipos de pílulas contraceptivas, é capaz de aumentar a concentração sérica de alguns medicamentos, como a repaglinida (hipoglicemiante oral) ou ainda retardar a eliminação de outros, como verapamil (antiarrítmico), digoxina (glicosídeo cardiotônico) e cimetidina (redutor de acidez gástrica). Outra interação comum desta classe e requer atenção é com corticoides sistêmicos, que resulta no aumento da concentração sérica de glicocorticóides, potencializando os efeitos adversos dos corticoides, como hipertensão, miopatia e hiperlipidemia.


Há ainda interações medicamentosas que só ocorrem com os anticoncepcionais combinados, ou seja, aqueles que possuem uma progesterona combinada à um estrógeno. Os estrógenos dependem da hidrólise por bactérias intestinais para se ativarem no trato gastrointestinal e serem reabsorvidos para o sangue, resultando no efeito contraceptivo. Sendo assim, o uso concomitante de pílulas combinadas com antibióticos de largo espectro, como tetraciclina, penicilina e rifampicina, diminui a eficácia do contraceptivo por conta da ação dos antibióticos de eliminação da flora intestinal, o que impede a ativação e reabsorção dos estrógenos ativos e, consequentemente, a ação contraceptiva deste tipo de pílula.


Os estrógenos também são responsáveis pela interação com a levotiroxina sódica, o que resulta em sintomas de hipotireoidismo por conta do aumento induzido da proteína transportadora, responsável pelo transporte do hormônio tireoidiano. Desta forma, o hormônio tireoidiano não é capaz de agir nos tecidos, por ficar ligado às proteínas transportadoras no sangue.


Conhecer as interações medicamentosas dos anticoncepcionais orais é fundamental para que falhas na eficácia contraceptiva e reações adversas sejam evitadas. Ao iniciar o tratamento com qualquer medicamento, fique atento aos possíveis problemas e interações que este medicamento pode causar. Se tiver dúvidas, procure nossa equipe do CIM da Universidade Anhembi-Morumbi!


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